Está lançada a discussão para o julgamento de Wellington Menezes de Oliveira. Um jovem de 23 anos de idade, que no último dia 07 de abril adentrou em uma escola no Rio de Janeiro e executou 12 adolescentes e deixou outros feridos. Após ser atingido por uma bala disparada por um policial, Wellington termina sua história de vida atirando na sua própria cabeça.
Até hoje pessoas do mundo inteiro se revolta com tal ato. Mas ninguém gostaria de passar o que este jovem passou nos poucos anos de sua vida.
Talvez nunca tenha chegado ao seu entendimento o porque de ser adotado desde criança. Talvez alguém tenha esquecido de falar para ele que no dia em que o colocaram de cabeça para baixo dentro do vaso sanitário e deram descarga tinha sido apenas uma brincadeira. Talvez nenhuma menina tenha se aproximado dele para namorá-lo com medo também das constantes zombarias que ele passava. Talvez ninguém desejasse aproximar dele como amigo para não ter que ouvir tantos problemas, pois os de cada um já são suficientes para encher. Talvez ninguém tenha falado para ele que o mesmo tinha o direito de falar alguma coisa quando todos o xingasse, por isso, ele ficou sempre calado.
Diante de tantos “talvez” fica ainda a questão inicial, herói ou covarde?
Na minha inútil opinião vejo que o erro cometido por ele foi ter sacrificado pessoas que não fizeram parte da sua história, ou seja, pessoas completamente inocentes.
E quanto àqueles que fizeram parte da sua vida? Esses são os verdadeiros heróis da história?
Sendo assim posso afirmar que:
Herói é aquele que me fez vir ao mundo, mas nunca no lugar de me ensinar a ter respeito por ele ordenou que eu tivesse medo;
Heroína é aquela que quando eu esperava que falasse “eu te amo” falou-me que tinha nojo e vergonha de mim;
Herói é aquele que tira de mim o direito de me formar e ter um futuro por mim escolhido e deixando seqüelas até hoje;
Heroína é aquela que querendo me tirar do mesmo setor de trabalho que ela faz uma lista inacabável de erros que não cometi. Os quais que cometi, esses assumi;Heroína é aquela que ouvindo essas calúnias não me dar o direito de resposta. Apenas me humilha em seu gabinete. E o único direito que tenho (atestado médico) até esse não é cumprido;Heroína é a justiça que faz “vista grossa” quando eu levo esse caso para ser analisado e me dar o silêncio como resposta;
Herói é o político que exige que “eu” faça o que ele determina. Ao ver que o seu pedido não foi atendido me corta o salário como forma de prova de que o poder é ditado por ele. Mesmo sabendo que estou certo terei que pagar altos juros por contas atrasadas devido e esse exagero de poder;
Heroína, mais uma vez, é a justiça quando fica calada e não toma uma posição para apenas falar quem está errado nessa história;
Heróis e heroínas são todos aqueles (as) que fingem ser meus amigos e amigas e por trás me apunhalam friamente.
Sendo assim, termino com a afirmativa: se ser herói é isso, prefiro morrer como um covarde a acreditar que sempre estive errado.
João Ibiapino